O Que é Radioembolização?
A radioembolização, também conhecida como SIRT (Selective Internal Radiation Therapy), é um procedimento minimamente invasivo que envolve a injeção de microesferas radioativas diretamente nas artérias que suprem sangue aos tumores no fígado. Essas microesferas, carregadas com isótopos radioativos, liberam radiação diretamente no local do tumor, causando sua destruição com dano mínimo ao tecido hepático saudável circundante.
Como Funciona?
A radioembolização combina dois mecanismos de ação:
- Embolização: Bloqueio dos vasos sanguíneos que alimentam o tumor, reduzindo o suprimento de oxigênio e nutrientes.
- Radioterapia: Emissão de radiação diretamente no tumor, causando danos ao DNA das células cancerígenas e levando à morte celular.
Procedimento Passo a Passo
- Avaliação Inicial: Exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), são realizados para avaliar o tamanho e a localização do tumor.
- Planejamento: Um cateter é inserido através da artéria femoral (na virilha) e guiado até as artérias hepáticas que alimentam o tumor.
- Injeção de Microesferas: Microesferas carregadas com o isótopo radioativo (geralmente Yttrium-90) são injetadas através do cateter.
- Monitoramento: Imagens adicionais são realizadas para assegurar que as microesferas foram distribuídas corretamente e para monitorar a resposta do tumor ao tratamento.
Indicações da Radioembolização
Câncer Hepático
A radioembolização é principalmente indicada para:
- Carcinoma Hepatocelular (CHC): O tipo mais comum de câncer primário do fígado.
- Metástases Hepáticas: Tumores que se espalharam para o fígado a partir de outras partes do corpo, como cólon, mama e pulmão.
Outras Indicações
Além dos cânceres hepáticos, a radioembolização pode ser considerada em casos de:
- Tumores Neuroendócrinos: Que afetam as células produtoras de hormônios.
- Colangiocarcinoma Intra-Hepático: Câncer que se origina nos ductos biliares dentro do fígado.
Benefícios da Radioembolização
- Minimamente Invasivo: Não requer cirurgia aberta, resultando em menos dor e tempo de recuperação mais curto.
- Alta Precisão: A radiação é direcionada exclusivamente ao tumor, minimizando o dano aos tecidos saudáveis.
- Eficácia: Pode ser mais eficaz em tumores que não respondem bem à quimioterapia ou radioterapia convencional.
- Qualidade de Vida: Menor incidência de efeitos colaterais sistêmicos em comparação com a quimioterapia.
Riscos e Efeitos Colaterais
Embora a radioembolização seja geralmente segura, como qualquer procedimento médico, ela apresenta alguns riscos, incluindo:
- Dor e Febre: Sintomas temporários comuns após o procedimento.
- Fadiga: Pode ocorrer devido ao efeito da radiação no corpo.
- Complicações Vasculares: Risco de infecção ou sangramento no local de inserção do cateter.
- Danos aos Tecidos Saudáveis: Embora raro, pode ocorrer dano a tecidos hepáticos não tumorais ou outros órgãos.
É crucial que o procedimento seja realizado por uma equipe médica experiente em um centro especializado para minimizar os riscos e garantir a eficácia do tratamento.
Antes do Procedimento
- Preparação: Jejum de algumas horas antes do procedimento e ajuste de medicamentos, se necessário.
- Avaliação Médica: Exames de sangue e imagem para assegurar que o paciente é um bom candidato para a radioembolização.
Durante o Procedimento
- Anestesia Local: O paciente geralmente recebe anestesia local na área de inserção do cateter.
- Duração: O procedimento pode levar de uma a três horas, dependendo da complexidade.
Após o Procedimento
- Recuperação: Monitoramento em um ambiente hospitalar por algumas horas ou dias.
- Cuidados Pós-Procedimento: Instruções específicas sobre cuidados com a área de inserção do cateter e gerenciamento de possíveis efeitos colaterais.
- Acompanhamento: Exames de imagem regulares para monitorar a resposta do tumor ao tratamento.
A radioembolização é uma técnica avançada que oferece esperança para pacientes com câncer de fígado e outras neoplasias que não respondem bem aos tratamentos convencionais. Com uma abordagem precisa e minimamente invasiva, este procedimento pode melhorar significativamente a qualidade de vida e os resultados clínicos para muitos pacientes. Se você ou alguém que você conhece está considerando a radioembolização, é essencial discutir com um oncologista especializado para determinar a melhor abordagem terapêutica.