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Deprivação venosa hepática

Com o avanço das técnicas de remoção cirúrgica, especialmente no tratamento de câncer colorretal metastático no fígado ou colangiocarcinoma, hoje sabemos que o principal fator que determina se a cirurgia de ressecção hepática é contraindicada é o volume de fígado que permanecerá após a cirurgia, chamado de Futuro Remanescente Hepático (FRH). Uma técnica capaz de aumentar esse volume é a deprivação venosa hepática.

Sabe-se que é possível realizar cirurgias de remoção do fígado com um FRH de 20% em fígados saudáveis, 30% em fígados que já passaram por quimioterapia e 40% em fígados cirróticos, com redução do risco de insuficiência hepática pós-operatória.

A deprivação venosa hepática é um procedimento indicado para aumentar o volume de fígado que permanecerá após a cirurgia (FRH), antes de cirurgias extensas de remoção do órgão que têm risco de insuficiência hepática no pós-operatório. Isso reduz o risco de complicações e mortalidade após as grandes ressecções hepáticas. 

 

Como é realizada a técnica?

Em alguns casos, a embolização e a deprivação venosa hepática  podem ser usadas em conjunto como parte de um tratamento mais abrangente. 

A deprivação venosa hepática é indicada quando é necessário aumentar o FRH em cerca de 50% antes da intervenção. O procedimento visa redirecionar o fluxo sanguíneo da veia porta, desviando-o para outros segmentos do fígado que permanecerão durante a cirurgia, promovendo o crescimento do fígado residual.

Além disso, durante o procedimento, a veia hepática de drenagem também é bloqueada, causando uma congestão no fígado que será removida, originada em uma falta maior de oxigênio para esse fígado e, consequentemente, uma maior hipertrofia do FRH, possibilitando uma redução do risco de insuficiência hepática após a cirurgia.

Alguns estudos demonstram que a hipertrofia decorrente da deprivação venosa hepática é maior do que apenas a embolização da veia porta.

Na embolização é realizada uma simples punção na pele, na região do fígado, para obter o acesso tanto à veia porta quanto à veia supra hepática. Em seguida, um cateter é inserido nas veias, começando pela veia porta e depois pela veia hepática, mas essa ordem também pode ser alterada, iniciando pela veia hepática.

Primeiro, a veia porta é obstruída usando agentes embolizantes, preferencialmente uma substância líquida chamada cianoacrylato (ou cola) associado com Lipiodol, podendo ser utilizado também microesferas, molas ou plug vascular. Em seguida, a veia hepática é bloqueada usando um plug seguido de cianoacrilato + Lipiodol. Após o procedimento, os dispositivos são retirados sem a necessidade de pontos ou suturas.

Na recuperação, o paciente permanece no hospital por 24 horas e recebe alta com medicação para alívio da dor. Após 3 a 4 semanas, é feita uma tomografia para avaliar o aumento do volume hepático e a possibilidade de realizar a ressecção cirúrgica. Normalmente, esse é o tempo necessário para o crescimento adequado do futuro hepático remanescente (FRH).

É importante ressaltar que as opções de tratamento devem ser discutidas com o médico especialista para determinar a abordagem mais adequada para cada situação.

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