A medicina como conhecemos é resultado da evolução de diversas técnicas, estudos e experiências que ocorreram na antiguidade e serviram como base para a modernização da cirurgia ao longo dos séculos. A evolução dos métodos cirúrgicos abrange uma trajetória fascinante marcada por avanços inovadores.
Desde a antiguidade, a medicina segue evoluindo significativamente, com a introdução de novas técnicas, equipamentos e abordagens para proporcionar mais segurança ao paciente.
“Parece surreal imaginarmos que no início as cirurgias eram realizadas sem anestesia, sem instrumentos adequados, além de pouquíssimo conhecimento sobre os processos biológicos que ocorriam durante uma intervenção – o que tornava as cirurgias uma experiência arriscada” afirma Dr. Rafael Dahmer Rocha, médico Radiologista Intervencionista e Angiorradiologista.
Com o tempo, a utilização de anestésicos e técnicas mais sofisticadas permitiu a realização de cirurgias mais complexas, precisas e menos invasivas. Continue acompanhando para conhecer mais sobre a evolução dos métodos cirúrgicos até os dias atuais.
Como as cirurgias eram feitas na antiguidade?
Na antiguidade, a compreensão da anatomia e da fisiologia humana era muito limitada. De acordo com evidências arqueológicas, as práticas médicas variavam de acordo com a cultura e a região, mas geralmente envolviam procedimentos rudimentares e arriscados.
A higiene também não era uma preocupação importante, o que aumentava o risco de outras complicações. Por muito tempo a cirurgia foi considerada a última opção, pois os conhecimentos e experiências ainda eram rasos, tornando os procedimentos muito dolorosos e perigosos.
Os conhecimentos cirúrgicos só foram se desenvolvendo ao longo do tempo e nessa trajetória uma pessoa se destacou e fez história na evolução dos métodos cirúrgicos.
O papel de Hipócrates na evolução dos métodos cirúrgicos
Hipócrates é considerado o pai da medicina ocidental, devido a sua grande influência na evolução da medicina ao longo da história. Com base na sua compreensão da anatomia e da fisiologia do corpo humano, ele levantou diversos pontos importantes sobre os métodos cirúrgicos que antes não eram considerados, como:
- Aperfeiçoamento de técnicas médicas, como redução de fraturas, a remoção de corpos estranhos e drenagem de abscessos;
- Importância da observação clínica para o diagnóstico e o tratamento de doenças;
- Necessidade de higiene na prática da medicina e de cirurgias;
- Importância do equilíbrio do corpo e da mente para a cura de doenças.
Além disso, Hipócrates tinha um compromisso admirável com a ética e foi responsável por dar origem ao “Juramento de Hipócrates”, código que defende exercer a arte de curar seguindo os princípios de honestidade, caridade e ciência. Sua influência é marcada até hoje na prática da medicina e da cirurgia em todo o mundo.
“Se tivesse que escolher uma frase que norteia as minhas condutas médicas, com certeza é ‘Primum Non Nocere’, presente no Juramento de Hipócrates e que em latim significa ‘primeiro, não causar dano’, que traz uma reflexão sobre a necessidade cirúrgica, que apesar de algumas técnicas apresentarem baixo risco de complicações, a melhor escolha sempre será a segurança do paciente”, comenta Dr. Rafael Dahmer Rocha.
Surgimento de métodos para controlar a dor
Entre os principais marcos da evolução dos métodos cirúrgicos, não podemos deixar de citar as técnicas anestésicas. Sem a anestesia, a medicina seria muito diferente e muitos dos seus avanços não teriam sido possíveis.
Antes as cirurgias eram realizadas sem a utilização de qualquer técnica para privar o paciente de grandes sofrimentos, o que atrapalhava os procedimentos, causava dor extrema e muitas vezes resultava em complicações graves.
Foi no século XIX que o dentista americano William Morton realizou a primeira cirurgia utilizando éter, uma droga anestésica por inalação. Essa descoberta revolucionou a cirurgia, permitindo a realização de procedimentos complexos e prolongados, tornando os processos cirúrgicos mais seguros e menos dolorosos.
Hoje, existem várias opções de anestesia disponíveis que utilizam substâncias e aplicações diferentes, como sedação e anestesia geral, regional ou local que permitem aos médicos escolher a melhor opção para cada paciente e procedimento.
Com a evolução dos métodos anestésicos, novas técnicas cirúrgicas começaram a se desenvolver.
Introdução da radiologia na história da cirurgia
Por volta de 1895 o físico alemão Dr. Wilhelm Conrad Roentgen descobriu que com a radiação eletromagnética era possível tirar fotos das partes internas do corpo.
A primeira radiografia da história foi da mão esquerda de sua esposa, o que lhe rendeu o Nobel de Física em 1901. Depois dessa descoberta revolucionária, aparelhos que realizam exames de imagem em tempo real também surgiram:
- Em 1940 o ultrassom foi usado para diagnóstico pela primeira vez. O exame utiliza ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas
- Nas décadas de 60 e 70 foram desenvolvidas a primeira máquina de tomografia computadorizada e de ressonância magnética, que permitem uma visualização mais detalhada e maior precisão na realização da cirurgia.
“Com o desenvolvimento de equipamentos mais sofisticados, além da utilização para diagnósticos, os exames de imagem passaram a ser uma ferramenta fundamental na prática cirúrgica”, acrescenta o Dr. Rafael.
A chegada da cirurgia por imagem
A cirurgia por imagem é resultado da evolução das tecnologias de diagnóstico por imagem. Tudo começou em 1964, quando Charles Dotter utilizou dessas tecnologias para realizar a primeira cirurgia de radiologia intervencionista. Através da artéria femoral (na virilha) ele conseguiu tratar uma grave doença vascular.
Desde então, cirurgias minimamente invasivas começaram a ser praticadas através da medicina intervencionista.
Uma cirurgia minimamente invasiva envolve a realização de pequenas incisões para inserir instrumentos especiais, guiados por exames de imagem em tempo real, para que acessem e tratem a área sustentada. Essas técnicas causam menos danos aos tecidos, diminuem o tempo de recuperação do paciente e minimizam o risco de complicações.
Além disso, cirurgias por imagem também permitem procedimentos em áreas difíceis de alcançar, como o cérebro, sem a necessidade de abrir o crânio. Com isso, a cirurgia por imagem se tornou uma técnica essencial para o sucesso de muitos procedimentos cirúrgicos modernos.
A cirurgia robótica também é uma evolução importante nesse sentido, já que utiliza tecnologia avançada para realizar intervenções cirúrgicas de forma menos invasiva, com menos risco de complicações e menor tempo de recuperação.
“A medicina segue evoluindo, com o desenvolvimento de novas técnicas, instrumentos e tecnologias mais precisas que oferecem melhores resultados. O objetivo é sempre aprimorar, para que a saúde e segurança do paciente sejam sempre priorizadas”, afirma o Dr. Rafael Dahmer.
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