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COVID-19 x AVC

Nos últimos meses o mundo inteiro está vivendo a pandemia da Covid-19, um vírus que vem desafiando os cientistas e a medicina, pois o tratamento ainda está indefinido e os seus sintomas impactam diversas partes do corpo humano.

Além de afetar o sistema respiratório, uma das consequências do coronavírus é a inflamação que ocorre em diversos vasos sanguíneos no cérebro, provocando a formação de trombos que entopem o vaso sanguíneo, impedindo o fluxo de sangue. Este quadro pode resultar em AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico.

Dados coletados em Wuhan na China e em Nova Iorque nos Estados Unidos indicam que a Covid-19 tem aumentado os casos de AVC em pessoas mais jovens. Desde que a pandemia começou nestes países, as ocorrências de AVC isquêmico em pacientes com idade entre 30 e 40 anos aumentaram. E todos estes pacientes nesta faixa etária foram testados positivo para covid. Já foi observado que existem casos de pessoas saudáveis que tiveram AVC e, depois, receberam o diagnóstico de covid-19. Esse fato, inclusive, gerou mudança no protocolo de atendimento de hospitais em NY, por exemplo, onde pacientes que tem sintomas de AVC fazem testes para covid-19.

A maior preocupação dos médicos neurologistas é o agravo destes quadros sem o socorro rápido. Isso porque para reduzir as sequelas, a intervenção médica deve ocorrer entre 4 a 6 horas após o início da isquemia. Ocorre que com a pandemia, as pessoas não estão procurado socorro médico de forma rápida temendo o contágio do novo coronavírus. Segundo a Associação Brasileira de Neurologia, estima-se que cerca de 40% das pessoas que apresentam os sintomas de AVC estão deixando de procurar atendimento médico.

De modo geral, é fácil identificar um caso de AVC. Normalmente há paralisia apenas de um lado do corpo, a boca e a parte debaixo do rosto ficam tortas, súbita perda de visão e dificuldade de falar. Se uma dessas três características está acontecendo de forma súbita, em mais de 80% dos casos é um AVC.

A Trombectomia Mecânica é uma técnica minimamente invasiva realizada durante o cateterismo para extrair os trombos e recanalizar a artéria. Também pode ser adotada a técnica de aspiração para remoção total do coágulo. Estas técnicas podem ser indicadas na maioria dos casos de AVC isquêmico (por obstrução da circulação). Em geral ela deve ser adotada até 8 horas após o início dos sintomas, no entanto, casos selecionados podem ser tratados em até 24 horas.

Não fique em casa se houver a suspeita de AVC!

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