O sistema vascular é complexo e delicado, pois trata-se de uma estrutura importante que percorre todo o organismo transportando sangue, oxigênio e nutrientes para órgãos e tecidos. No entanto, algumas complicações podem ocorrer durante o processo de desenvolvimento – chamamos de malformações venosas (MAV). Antes de entendermos como surge essa anomalia, primeiro vamos conhecer um pouco da estrutura do sistema circulatório.
Ele é formado basicamente pelo sistema arterial e venoso. As artérias são vasos sanguíneos que transportam sangue oxigenado e rico em nutrientes do coração para os tecidos do corpo. À medida que as artérias se ramificam em vasos menores, chamados de capilares, ocorre a troca de oxigênio, nutrientes e resíduos com as células dos tecidos. Após essa troca, o sangue desoxigenado e rico em dióxido de carbono retorna ao coração pelas veias.
Como surgem as malformações venosas?
As malformações venosas são anomalias vasculares de origem congênita. Acredita-se que a causa seja devido a uma complicação no desenvolvimento dos vasos sanguíneos durante a gestação.
São caracterizadas por vasos dilatados, tortuosos e normalmente dolorosos que podem ser superficiais ou profundos. Diferentemente das varizes, que ocorrem principalmente nas pernas, as malformações venosas podem se manifestar em qualquer parte do corpo, incluindo órgãos internos, tecidos moles, inclusive o cérebro – o que gera riscos de complicações maiores.
Quais os sintomas e complicações associados às malformações venosas?
Os sintomas variam de acordo com a localização e extensão da anomalia. Além de afetar a pele, essas malformações também podem envolver estruturas subjacentes, como músculos e tecidos.
Alguns indivíduos podem apresentar dor, inchaço, sensação de peso, sangramento, descoloração da pele, úlceras, disfunção dos órgãos internos, e em casos raros, as malformações venosas podem causar complicações graves, como trombose venosa profunda, embolia pulmonar e sangramento intracraniano.
Como é feito o diagnóstico?
Por se tratar de uma condição congênita, alguns sinais podem ou não ser identificados no nascimento. Dependendo do caso, o tratamento deve ser feito o quanto antes, pois as malformações venosas podem progredir durante a infância até a fase adulta.
Os métodos de imagem desempenham um papel importante no diagnóstico e tratamento das malformações venosas. São utilizadas técnicas como a angiografia ou ressonância magnética (RM) para visualizar os vasos sanguíneos e identificar a localização exata, e conferir as características e a extensão da anomalia, assim o médico pode indicar o tratamento mais viável de acordo com a gravidade do caso.
Medicina intervencionista no tratamento de malformações venosas
Embora nem todas as malformações venosas possam ser completamente extintas, o tratamento certo ajuda a aliviar os sintomas, reduz os riscos de complicações, além de melhorar a aparência.
O método de tratamento adequado dependerá da gravidade dos sintomas e da localização da anomalia. Para pacientes com sintomas leves, o tratamento medicamentoso é uma opção viável; porém, em quadros mais graves, procedimentos podem ser recomendados.
Entre as técnicas mais utilizadas temos os métodos minimamente invasivos que oferecem vantagens significativas tanto no procedimento quanto na recuperação. Os métodos intervencionistas são realizados através de pequenas incisões ou cateteres, o que resulta em resultados satisfatórios com menos risco de complicações e melhores resultados estéticos.
Uma opção eficaz é a escleroterapia, que consiste na injeção local de soluções esclerosantes. Essas soluções causam uma reação inflamatória nas paredes dos vasos sanguíneos, levando ao seu fechamento e posteriormente a absorção pelo organismo.
Também podemos contar com a embolização, técnica que utiliza exames de imagem em tempo real para guiar o cateter inserido pela pele do paciente até o local específico, para que pequenas particulas embolizantes sejam injetadas a fim de obstruir os vasos sanguíneos defeituosos, interrompendo o fluxo sanguíneo anormal e redirecionando-o para as vias sanguíneas normais.
Ambas as opções de tratamento proporcionam melhora dos sintomas associados às malformações venosas, reduzem os riscos de complicações, preservam a função dos tecidos afetados, melhoram a questão estética e podem ser repetidos outras vezes se necessário. No entanto, cada caso é único e deve ser avaliado por um especialista para determinar a melhor abordagem terapêutica de acordo com as particularidades do paciente.
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